por Karine



"Eu digo e até posso afirmar: Vive melhor quem samba!" (Candeia)



domingo, 28 de novembro de 2010

BUCY MOREIRA: O GRANDE DESCONHECIDO


"...Entre os netos da inesquecível baiana Tia Ciata, que marcou época com as suas sessões de samba nos velhos tempos da antiga Capital Federal, o nome de Bucy Moreira ocupa uma posição destacada no mundo do samba do Rio de Janeiro, na qualidade de consagrado ritmista e compositor.
Bucy nasceu no dia 1º de agosto de 1909, na casa de número 124 da Rua da Alfândega(fronteira do Largo São Domingos), e foi criado assistindo e participando dos pagodes das tias baianas, em convivência com os maiorais do samba e do carnaval, pois na rua em que nasceu também morava a Tia Bibiana, grande incentivadora dos ranchos "nortistas" que saíam do Bairro da Saúde, onde residia a maior parte da colônia baiana.
Desde 1922 que passou a frequentar os redutos da pesada, inclusive a decantada Lapa, que era considerado o maior recanto da boemia do antigo Distrito Federal, com vida noturna dissoluta. Dessa maneira, frequentando o bairro das "quatro letras", fez inúmeras amizades, e mais tarde, lutando pela sobrevivência, cantou até tangos nos "cafés-concertos" que existiam por lá.(...)
E o neto da legendária Tia Ciata conviveu igualmente com os grandes malandros e valentes da época, como o Brancura, Chico Crioulo, Madame Satã, Alberto Português, China Chapinha e outros.
Sendo um bamba no tamborim, Bucy participava das rodas de samba realizadas no Estácio, nos morros da Mangueira, Favela, São Carlos e outros redutos do samba pesado, onde era respeitado. Mesmo assim, se meteu em muitas encrencas, levou muita navalhada, empenhou uma infinidade de sambas e chegou até a trocá-los por apenas vinte mil réis.
Foi também fundador da Escola de Samba Vê se pode, do Morro do São Carlos, em princípios da década de 1930, onde exerceu as funções de diretor de harmonia.
Entre os sambas de sua autoria, podemos mencionar: Palhaço, gravado por Francisco Alves em 1930; Anda, Vem Cá, gravados por Mários Reis e Chico Alves em 1932; Gosto e Desgosto, Me admira você, Samba, Meu Nego, De Vagar, Papagaio Falador, Miudinho, Adoro o samba, Terra de Fogo, Mangueira Sorri, Contentamento, Não Quero mais amar ninguém, Beijos, Pai Miguel, Tem que ser assim, Não é assim que se procede e Não Ponha a mão..."
( Extraído do livro "Sambistas Imortais" de J. Muniz Jr)



Postado por Sérgio Ricardo Bertagnoli

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